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sábado, 31 de janeiro de 2015

O Arranque 2015

Desde meados de janeiro - um pouco mais cedo ou tarde consoante a localização - que se nota um arranque nas colmeias. Muito pólen amarelo a entrar nas colmeias provinda das Camélias, Margaridas, Erva-azeda e da "interminável" Bânccia. Em algumas zonas muita entrada de pólen branquinho dos Eucaliptos. Todas as colmeias sempre que tem oportunidade trabalham com grande afinco. Ao inspecionarmos o interior, nota-se boa postura das rainhas.
Margaridas

A Erva-abelha, alguns citrinos e sobretudo o Incenso já mostram os rebentos de folhas novas indicando o inicio da floração para breve. Quem ainda não iniciou a estimulação das colmeias para esta floração arrisca-se a atrasar-se pois o mau tempo nem sempre permite uma recolha continua do pólen e néctar da natureza. É tempo de estimular, é tempo de preparar ceras, caixas, é tempo de preparar a exploração para a época produtiva que se avizinha.

Uma boa api

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Final de ano - ponto de situação



Dezembro de 2014, contrariamente ao ano passado, o tempo é de alguma escassez na floração aqui em S. Miguel. A erva azeda (trevo amarelo) teima em não florir embora já haja pontualmente aqui e ali algumas flores. As nespereiras já praticamente não possuem flores. A erva-abelha está em quase todas as zonas despida de vigor. O Eucalipto está em flor mas não abrange todas as zonas da ilha. Resta a Bânccia que tem tido uma floração bastante perlongada no tempo e que tem feito as abelhas trabalharem com algum afinco. 
Flor de Eucalipto

Pontualmente também tem aparecido precocemente algumas florações de início de ano mas ainda nada de relevante. As abelhas hibridas de predominância amarela tem trabalhado bem enquanto que as escuras parecem adormecidas. Hoje, curioso com a inercia de uma das minhas colonias de abelha escura (predominantemente iberiensis) abri a colmeia, só para ver que no interior havia muitas abelhas a cobrir os 10Q de ninho e boas reservas de mel. Trabalhar é que “tá quieto” nem se dão ao trabalho de puxar ceras embora muitas vezes a temperatura esteja à volta dos 15c. Ao lado, outra colmeia de abelhas escuras, a que costumava ser mais forte nos últimos tempos deste meu apiário, embora se note abelhas à entrada, trabalhar também é muito pouco. Já todas as colmeias de predominância amarelas (lingústica) têm-me agradado pelo trabalho no exterior e desenvolvimento no interior dos ninhos. É de lamentar que não tenha havido um trabalho de apuramento das raças existentes na ilha, sem dúvida que hoje um apicultor teria o seu trabalho muito mais recompensado a nível de produtividades. Hoje, fazer seleção de rainhas com “raças” hibridas é quase como dar tiros no escuro, nunca se sabe bem como serão as filhas, se serão mansas ou agressivas, se serão produtivas ou higiénicas, enfim, quase um verdadeiro totoloto.

Em janeiro, começarei a fortalecer com xarope as colónias produtivas mais debilitadas a ver se este será um bom ano de incenso.
Boa api.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Em outubro ainda é verão



O que mais me fascina ao me deslocar aos meus apiários por esta altura do ano, é ver a enorme azafama com que trabalham as minhas abelhas. Hoje pela hora de almoço desloquei-me ao meu apiário principal e a azáfama era tanta que parecia que as colmeias andavam a pilhar-se umas às outras. No entanto, não era esse o caso. A entrada de pólen em algumas colmeias fez-me lembrar a primavera. As abelhas andam muito entusiasmadas com a floração da Bânccia e da Nespereira e a sempre inevitável "erva-da-abelha" (Salpichroa origanifolia) assim conhecida entre os apicultores da zona.  Há alguns Eucaliptos também lá perto mas ainda não floriu na sua máxima força e abelhas por lá não tenho visto muito. A quantidade de zangões também é surpreendente para a altura do ano em que estamos e nem por isso as guardas das colmeias os bloqueiam a passagem. Uma verdadeira primavera a 4 dias do início de novembro.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Bânccia - Uma floração improvável em outubro.

Fonte: http://www.azoresbioportal.angra.uac.pt

Uma floração que aparece logo após a altura da cresta nos Açores é a da famosa Cigarrilheira ou Bânccia (Banksia integrifolia L.). Trata-se de um arbusto muito utilizado em sabes devido ao seu crescimento rápido e é ideal para proteger culturas agrícolas pela sua enorme resistência ao vento e ao salgado do mar. Tem uma flor que faz lembrar a flor de Metrosidero ou mais propriamente seu primo "Limpa Garrafas" (Callistemon citrinus), só que em vez de avermelhado normalmente apresenta-se em tons de amarelo.

Flor da Bânccia
O meu maior gaudio para com esta planta (para além da quantidade de nectar) é a altura em que floresce, e diria que aparece numa altura crucial, onde começa a escacear as florações mais relevantes na maioria das ilhas dos Açores. É certo que em muitas zonas a partir de outubro podemos contar com a floração do Eucalipto, e da Nespereira, mas um reforço da Bânccia é muito bem vinda isto a fazer fé na quantidade de nectar que esse tipo de flores apresenta. No seu habitat de origem (Austrália) é uma planta que, tal como acontece com o Metrosidero, é polinizada por passaros o que atesta a sua enorme capacidade de produção de nectar.  Curioso foi observar que uma abelha pode ficar atestada de nectar sem ter de mudar de flor. Na observação exaustiva que fiz em busca das localizações desta flor, reparei que esta floresce muito mais em Bânccias "despresadas" ou salvagens do que propriamente nas Bânccias tratadas (roçadas) que formam as sebes.

A sua distribuição nos Açores é quase generalizada a todas as ilhas exceptuando-se as ilhas da Terceira, Pico e Corvo.
 

Distribuição da Banksia integrifolia L.
Fonte: http://www.azoresbioportal.angra.uac.pt


Interessante que desde criança sempre conheci esta planta pois brincava com as famosas cigarrilhas que produz a fingir de cigarros, mas nunca havia reparado na sua flor. O material que se forma após a  floração, (uma especie de pinha mal formada que me escapa o nome), também é muito bom para a combustão do fumigador. 



O unico senão da altura da floração é a falta de bom tempo. É preciso sol que permita uma recolha eficiente das nossas meninas a esta dádiva em tempo de escassez para assim não nos preocuparmos em demasia com a manutenção de reservas no inverno.