Os Açores são conhecidos entre o
mundo da apicultura pelo seu mel característico inegualavel. Destacam-se logo à cabeça o
monofloral de Incenso e o mel multifloral com predominância de Trevo Branco. É
de ressalvar no entanto que existem muitas outras florações relevantes neste arquipélago.
Uma se calhar das mais relevantes é a chamada “erva-abelha” (Salpichroa origanifolia) ou “erva-da-abelha”
popularmente assim conhecida nos Açores pelos amantes das abelhas, mas que em
outras paragens é conhecida como “orelhas-de-cordeiro”.
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Manto de Erva-Abelha |
É originária da América do Sul e
tudo indica que foi trazida para a Europa por apicultores pois ter-se-ão apercebido
da sua atração por parte das abelhas. As bagas que se formam depois das flores são
comestíveis em certas partes do mundo por onde essa planta altamente prolifera
se instalou, mas há quem lhes aponte uma certa toxicidade.
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Foto: Rob and Fiona Richardson |
Entre os agricultores em geral esta
planta é considerada uma praga pois propaga-se com uma grande facilidade
competindo pelo espaço com outras plantas de valor agrícola ou ornamental. Tanto
pega por estaca como pela semente. Consegue trepar outras plantas inclusive
arvores. É considerada nos Açores como uma “feroz” invasora.
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Pormenor das flores Foto: asminhasplantas.blogspot.com |
Ao que parece, os únicos que
ainda gostam desta planta são mesmo os apicultores. Embora as referências bibliográficas
sobre esta planta apontem para que floresça apenas no verão e início do outono,
na verdade é que, à exceção do inverno, em todo o ano por cá vê-se essa planta florida e
coberta de abelhas melíferas e por outras abelhas salvagens.
Foto: casuaro.blogspot.com |
Embora não exista nenhum
monofloral da erva-da-abelha, é sem dúvida uma planta muito importante para a apicultura
nos Açores existindo em quase todas as ilhas à exceção do Pico e Corvo. Não é
por acaso que muita da alta produtividade que alguns apicultores têm em seus apiários,
acontece em áreas repletas desta pequena mini fábrica de néctar e pólen.